terça-feira, 23 de março de 2010

Entrevista com a autora Lisa Jane Smith, da série Vampire Diaries

Dica da Juliana Dias às 17:50
Para os fãs de The Vampire Diaries, entrevista exclusiva que o Amamos a Mobília fez com Lisa Jane Smith, autora da saga “The Vampire Diaries” que deu origem ao seriado de mesmo nome. Confira abaixo a entrevista na íntegra. Mas cuidado! Tem spoilers!!
(é velhinha a entrevista, mas né, em comemoração ao lançamento de Shadow Souls xDD)
 

Amamos a Mobília: Quando você decidiu se tornar uma escritora?
L. J. Smith: Nunca tomei essa decisão, acho que ela foi tomada por mim. Sempre fui uma contadora de histórias e antes mesmo de aprender a ler, formava poemas e histórias na minha cabeça. Assim que aprendi a ler, me deram um livro sobre mitologia grega e dali em diante, minha companhia foi formada por ninfas e deuses e todos os tipos de criaturas fantásticas. Por isso acho que nunca tive dúvida de que seria uma contadora de histórias quando crescesse.

 
AM: Você se formou em literatura?
LJS: Não, porque meus pais não apoiaram por completo minha decisão. Eles não achavam que eu poderia me sustentar escrevendo livros. Por isso me formei em Psicologia com ênfase em desenvolvimento infantil. Basicamente, meu trabalho era descobrir o que fazia crianças com qualquer tipo de problema cerebral – como autismo ou outras disfunções – “funcionarem”.

AM: Nossa, isso é muito legal!
LJS: Sim! Depois de formada, eu fui procurar pós-graduações na área e tal. Mas chegou a um ponto que eu decidi que não gostava de dissecar ratos. (risos) Não era muito feliz na parte de pesquisa, mas adorava a parte que podia interagir com as pessoas, com as crianças. Então decidi me tornar professora para crianças especiais já que tinha vasta experiência como auxiliar de ensino nessa área.
Mas durante o meu tempo na faculdade, havia escrito meus primeiros dois livros – “The Night of the Solstice” e “Heart of Valor”- . Aliás, eu comecei o meu primeiro quando ainda estava na escola. E por mais que eles não tivessem vendido bem, depois de três anos ensinando, tomei a decisão de seguir a carreira de escritora. Foi então que comecei a escrever “The Vampire Diaries” (“Diários do Vampiro”, Ed. Galera Record). Sempre soube que faria isso como hobby e tenho escrito durante minha vida inteira, com exceção de um período de dez anos, que me foi impossível escrever.

AM: Seus pais não achavam que você poderia se sustentar como escritora. E agora?
LJS: Agora eu posso! (risos) E estou muito feliz com isso!

AM: Qual é a ordem do seu trabalho?
LJS: Depois dos dois escritos, escrevi a trilogia “The Vampire Diaries” e, em seguida a trilogia “Secret Circle”. Mas recebi tantas cartas pedindo para que eu trouxesse Elena de volta a vida, que eu escrevi mais um livro do “Vampire Diaries”. Depois escrevi as trilogias “Forbidden Game” e “Dark Visions”, que estão sendo relançadas. Em seguida, escrevi a série “Night World”. São nove livros e estou escrevendo o décimo, que será épico, do estilo 1200 páginas! (risos). Vou amarrar todas as histórias e mostrar todos os personagens. Eu cheguei a pedir para a editora me deixar fazer dois volumes, mas eles quiseram um só e fizeram um “Companion” para os livros. Eu até estive envolvida, mas não escrevi tudo sozinha.

AM: Personagens como Bonnie, que é bruxa, aparecem muito em seus livros. Qual a sua relação com bruxaria e ocultismo? Você acredita ou é somente bom escrever?
LJS: Não acredito nesse tipo de coisa. Só que é muito divertido escrever isso (risos). Pesquisei muito sobre Wicca para escrever “Secret Circle”. Viajei e me fiz passar por professora para ganhar um tour de graça no museu das Bruxas de Salém (risos). Pesquisei cristais e entrevistei bruxas. Pesquisei muito ervas e tive a certeza de que tudo que era descrito nos livros era inofensivo, porque não queria nenhum leitor se intoxicando caso quisesse testar o que estava no livro. Mas é só pelo prazer de escrever sobre o assunto. Não acredito nisso.

AM: No que você acredita?
LJS: Eu acredito na verdade e na lógica. Por mais que esteja escrevendo livros sobre assuntos em que eu não acredito – como vampiros e bruxas -, alguns temas que estão lá refletem o que sinto. E graças a Deus eu tenho recebido e-mails de leitores que, por meio dos meus livros, aprenderam a valorizar mais as mulheres, a questionar autoridade, e a usarem a lógica para resolver problemas que pareciam insolúveis. É nisso que eu acredito.


AM: Vampiros, lobisomens e bruxas pareciam somente habitar filmes e seriados de terror, mas agora eles ocupam lugar de heróis em literatura jovem adulta.
LJS: Exatamente ou como anti-herói que, no último minuto, salva os “mocinhos”. Ou até interpretam partes misteriosas porque não têm certeza de que lado querem ficar até o final do livro.

AM: E isso instiga o leitor a querer mais e ele acaba com uma biblioteca só com livros sobre esse tipo de tema. È legal, mas a pilha só aumenta e não tem limite de idade para os leitores.
LJS: (rindo) Concordo! Eu recebo cartas e e-mails de crianças de 10 anos e de leitores adultos também. Acho incrível isso! Se tivesse um filho de 10 anos, não o deixaria ler esses livros (risos). Acho que a literatura jovem adulta está mais ousada do que era quando eu comecei a escrever. Por exemplo, tive dois editores para “Vampire Diaries” e queriam de mim cenas que eu achava que não eram apropriadas para o livro. Então ficamos um pouco em uma situação de cabo-de-guerra entre eles e eu. “Nightfall” (primeiro livro da nova trilogia de VD) não é o livro que eu gostaria que fosse. Mas “Shadow Souls”, que será lançado este ano, eu tenho total controle de criação e me sinto muito bem sobre ele. Comecei a escrever a sinopse e quando vi lá foram 350 páginas (risos). Eu acho que as pessoas vão gostar muito desse livro.
(nota: L. J. Smith enviou os dois primeiros capítulos para a repórter ao final da entrevista. Ela aprovou! Shadow Souls promete!)
E depois eu não sei o que farei, porque tenho idéias para “Vampire Diaries”, para “Night World” para tantos outros! E um dia gostaria de escrever para adultos! (risos)

AM: A segunda trilogia de “Vampire Diaries” está mais sombria e mais madura do que a primeira.
LJS: Sim. Na primeira eu deixei meus editores tornassem tudo menos maduro. Por exemplo, originalmente, nos primeiros livros, quando Tyler leva Elena para o cemitério é com a intenção de tomar vantagem dela. Os editores mudaram para que, em um momento bêbado, ele acidentalmente rasga o vestido dela. Esse foi o tipo de coisa que fizeram. Em contrapartida, os editores que eu tenho agora querem que eu seja madura demais, então estou no meio do caminho e acho que está dando certo.

AM: E de onde vêm tantas ideias? No seu site diz que você tem algumas enquanto está dormindo.
LJS: Sim, mas não sou nenhuma profeta (risos). Tenho algumas idéias quando estou dormindo, mas são momentos que me instigam a desenvolver histórias. Nada sai totalmente pronto da minha cabeça como Atena da cabeça de Zeus (risos). Eu gosto de passear e observar pessoas, o meio ambiente. Converso muito com minha irmã e meus amigos, troco idéias e apresento os problemas que tenho para que me ajudem. E sempre funciona.

AM: Entre as duas trilogias de “The Vampire Diaries”, são quase 10 anos. Qual foi a razão de retomar a série agora?
LJS: Esses foram os dez anos que mencionei quando não escrevi absolutamente nada. Meu cunhado foi diagnosticado com um câncer extremamente sério e os médicos não acharam que ele iria se recuperar. Foram oito anos de luta e cirurgias e ele está vivo e bem, graças a Deus. Infelizmente, todos os pacientes com o mesmo problema em seu grupo de apoio, faleceram e ele foi o único a sobreviver. Durante esse tempo, larguei tudo para ficar com a minha irmã, Judy, e dar todo o meu apoio a ela e aos meus dois sobrinhos. Logo em seguida, o câncer levou a vida de minha mãe, mas acho que foi ela, como um anjo, que me deu a força e a inspiração para voltar a escrever. Voltei a escrever e os primeiros trabalhos foram poemas sobre ela. Aos poucos, os livros foram voltando pra mim. Prometi a ela que levaria flores em seu túmulo toda vez que algo bom acontecesse com meus livros. Bem, o túmulo dela recebe flores quase que semanalmente agora.

AM: Como “The Vampire Diaries” foi das páginas para a TV?
LJS: Não faço idéia! Eu sei que a CW (emissora que transmite a série nos EUA) e a editora já tinham um relacionamento, pois “Gossip Girl” também teve o mesmo caminho.

AM: Você se animou com o projeto do seriado?
LJS: Preciso confessar que eu não sou uma pessoa que gosta de televisão. Eu nem tenho um aparelho decente de televisão! Eu passo o meu tempo, lendo, escrevendo ou saindo e decidi já há algum tempo que os seriados que estava vendo não estavam valendo a pena, então parei de assistir TV (risos).
Mas estou no meio termo quanto ao seriado. Estou feliz pela divulgação que faz dos livros – se as pessoas não gostarem do seriado ou gostarem, os livros são diferentes, então é boa publicidade de qualquer maneira. Mas também não estou feliz por fazerem. Sei que são competentes, mas mudaram muitas coisas. Uma delas são drogas. Eu não queria meus personagens envolvidos com drogas, mas … o seriado não é trabalho meu, então não devo me preocupar. Só não quero que seja uma má influência nas pessoas.

AM: Você se envolveu na adaptação para a TV?
LJS: Não. Acho que se tivesse me envolvido, as alterações que fizeram me deixariam frustrada. Um colega autor me disse que a maioria dos autores não é consultada para as adaptações de suas obras – para TV ou filme. Provavelmente a única exceção seria J. K. Rowling, que tem 100% de colaboração.

AM: Qual o seu personagem favorito para escrever?
LJS: O mesmo da maioria: Damon. Adoro escrevê-lo! E ele vai passar por momentos complicados psicologicamente nos próximos dois livros. Vou falar uma coisa que não disse a ninguém: ele vai virar humano! E não saberá como lidar com isso. Mas é claro que ele voltará a ser vampiro antes do final. Vou apresentar um personagem novo que será o responsável por transformar Damon em vampiro novamente. Mas acho que essa mudança fará com que Damon e Bonnie se aproximem mais. E eu recebo muitos e-mails dizendo que pessoas vão se matar se esses dois não ficaram juntos enquanto outros pedem para que ele fique com Elena. Vai ser interessante ver o que as pessoas vão achar (risos). Eles se envolvem tanto com os personagens!

AM: Sim, as pessoas se envolvem demais! E isso já deu o que falar com a escolha da atriz que interpreta Elena e o sumiço de Meredith e a escolha para Bonnie.
LJS: Eu realmente fui contra Elena ser morena na série, mas o projeto é deles, então. Já sobre a Meredith, se me perguntassem quem deve ser retirada, eu a escolheria. Ela não tem outro propósito a não ser uma grande amiga. Eu não espero que eles (produtores) dêem valor a isso. Mas entre tirar uma amiga, uma que faz profecias (Bonnie), Meredith realmente pode não aparecer. O que será, será.

AM: Vampiros estão na moda agora – tanto no cinema quanto na TV e na literatura. Embora “Vampire Diaries” tenha sido publicado em 1990, os “louros” de ter lançado a moda vão para “Crepúsculo”. As pessoas comparam o seu trabalho com o de Stephenie Meyer, por exemplo?
LJS: Eu recebi um e-mail de um leitor me chamando de criatura infernal porque eu havia roubado tudo que era bom em “Crepúsculo” e colocado em meus livros. Eu respondi a ele com uma simples frase: “Verifique a data de publicação”. (risos). Ele foi decente o suficiente para escrever de volta, se desculpando por tudo. Sinceramente, se pessoas querem comparar, basta verificar a data de publicação.

AM: Quantos livros você ainda pretende escrever para “The Vampire Diaries”?
LJS: Ah, eu tenho idéias intermináveis para livros. Vou escrever mais dois volumes de “Vampire Diaries” nessa trilogia e um livro de contos sobre a saga, que eu chamo de “Prequels and Sequels”. São, em maioria, histórias do que aconteceu antes da saga, com informações sobre o que Damon estava aprontando antes de ir para Fell’s Church.
Quero apresentar um novo personagem em “Vampire Diaries” – Gareth. Ele é bem alto e seu cabelo vai até sua cintura, repleto de nós, quase como dreadlocks. Sempre usa calças de couro, mas nunca camisa alguma (apenas um sobretudo leve para ocasiões formais). Ele é “malhado” e é do País de Gales, bastante durão e sem regras. Anda sempre acompanhado de um cachorro preto capaz de atacar em um estalar de dedos de Gareth. Damon transformou Gareth em um vampiro.

AM: Gostaria de mandar uma mensagem para seus fãs brasileiros?
LJS: Ah, sim, para os meus brasileiros! Muito obrigada pelos e-mails! A mensagem para eles seria para lerem, por favor. É a chave para o mundo. E eles podem fazer o que quiserem em seus futuros se tudo que fizerem é aprenderem a pegar um livro e ler e passar a ler então outros livros. O mundo será sua ostra.
E é isso aí! “Vampire Diaries” volta agora, em janeiro, para a CW com um episódio especial de duas horas. Duas sílabas sobre isso: O-BA!


3 comentários:

GoldBlogs on 23 de março de 2010 às 18:12 disse...

Algum dia vou arrumar tempo para ver e ler Vampire Diaries. Acreditam que eu tenho o primeiro livro na minha estante e até meus amigos já leram o que eu comprei, mas eu não?
Parece ter uma história ótima. Afinal, vampiros sempre rendem AQUELE tipo de história que prende a gente, hauahuahu :D

Carla Ferreira on 23 de março de 2010 às 18:16 disse...

A historia é bem legal sim, apesar de as vezes ser totalmente bizarra o.O
eu enrolei muito pra ler tb HAHAHA, só fui ler mesmo, quando comprei o 1º lançado, aí não consegui mais largar kkkkk

Mirelli Lima on 24 de março de 2010 às 09:58 disse...

Ameiii a entrevista!
Sou apaixonada pelo livro e todos os personagens sem exceção!
Parabéns meninas!

Beijos
Mirelli

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